O barro, a sua moldagem e o ganhar vida própria, foram heranças deixadas pelo meu pai. Esta belíssima experiência vivida e sentida na minha primeira peça é algo que em mim me marcou profundamente.

Ainda hoje me transcende e tem um forte sentido místico. Assim me foi entregue a minha missão pelo meu querido pai.

No meu período de infância eu residia em frente a um forno de tijolo. Cada vez que se estragava um tijolo eu aproveitava a matéria (o barro), criando e moldando as minhas primeiras peças.

A somar a tudo isto, felizmente contei sempre com o belíssimo estímulo e apoio das minhas professoras primárias na área de desenho e trabalhos manuais.

Nesta minha caminhada, a minha aprendizagem passa por etapas e fases de evolução e superação de mim mesmo, assim como desafios que me foram surgindo. Ao olhar para trás, começa a nascer em mim uma forte noção de dever cumprido das obras que fui criando.

A grande maioria delas, a pedido de outros, nasceram de pura intuição e inspiração. É algo que eu sinto primeiro como se me mostrassem a mim com muita clareza e que depois me cabe mostrar aos outros.

Sinto que esta minha missão de vida, serve o propósito de dar mais beleza ao mundo.

E o belo só é belo quando serve o propósito mais nobre, mais elevado, o de servir o Divino, o de servir o próprio Criador.

Com esta minha entrega total de esforço, trabalho e amor, quero servir todas as minhas obras que crio. Quer elas tenham centímetros ou metros, transformando matéria em arte viva.